Carlos Costa Branco: médico e educador que marcou a história de Londrina

1951


Era o ano de 1951 quando um jovem médico, recém-formado em Medicina pela Universidade de São Paulo, chegou à cidade de Londrina. Seu nome era Carlos Costa Branco, e aquela ainda pequena, mas promissora, cidade do Norte do Paraná marcaria o início de uma jornada singular na história da medicina e da educação na região.

Costa Branco nasceu em 5 de setembro de 1924, em Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo. Concluiu o curso de Medicina em 1948. Integrava a 31ª turma da Universidade de São Paulo (USP), campus São Paulo. Realizou especialização em Cirurgia Geral na mesma escola, na cadeira do renomado professor Benedito Montenegro, e também foi aluno de Renato Locchi, então um dos grandes nomes da Anatomia no Brasil.

Carlos Costa Branco era um homem de múltiplos talentos. Além de suas habilidades em cirurgia geral, ele atuou também nas áreas de ginecologia e traumatologia, destacando-se como um profissional versátil e dedicado. Com sua inscrição no Conselho Regional de Medicina em 1958, o número 459 o reconhecia como um dos pioneiros da classe médica londrinense.

Naquele mesmo ano, o jovem médico aceitou o convite para integrar a chapa 1, concorrendo à primeira eleição para conselheiros do CRM-PR. Eleito como efetivo, tomou posse em 30 de maio de 1959. Tinha ao seu lado outros pioneiros de Londrina, os médicos João Dias Aires, Adolfo Barbosa Gois e João Figueiredo. 

Costa Branco não se contentava em ser apenas um médico. Sua paixão pelo ensino e a busca pelo conhecimento o impulsionaram a participar ativamente da Associação Médica de Londrina, além de contribuir para a fundação da Universidade Estadual de Londrina (UEL), do Departamento de Morfologia do curso médico. Participou também da fundação da Unimed de Londrina.

Em 1962, ministrou a primeira aula de anatomia para o curso de Odontologia, na então Faculdade Estadual de Odontologia de Londrina (FEOL). No mesmo ano, deu início ao Museu Didático de Anatomia – posteriormente incorporado pela Universidade Estadual de Londrina –, ao doar pequena coleção de crânios de animais e, em seguida, iniciar a catalogação e etiquetagem ao acervo reunido.

Reconhecido como exemplo de retidão, ética e companheirismo, entre as inúmeras iniciativas e feitos, em 1962, Carlos Costa Branco instituiu a Missa ao Cadáver, ato em respeito àqueles que, após a morte, ainda auxiliariam a vida.

Também foi pioneiro no ensino de anatomia para as turmas de Medicina, cujo curso teve início em 1967, sob a denominação de Faculdade de Medicina do Norte do Paraná. Em 1970, a escola ganhou a nova denominação, com a criação da Universidade Estadual de Londrina.

Infelizmente, seu legado foi interrompido prematuramente em 1976, aos 51 anos, em decorrência de um acidente automobilístico. Carlos Costa Branco foi casado com Lidia Marques da Costa Branco. O casal teve quatro filhos: Carlos Augusto Marques da Costa Branco, Lidia Maria, Vera Maria e Carlos José Marques da Costa Branco. 

Até hoje é lembrado como excelente didata e anatomista. Em sua homenagem, uma das escolas municipais de Londrina recebe o seu nome. Também o Museu Didático de Anatomia, da UEL, foi nomeado em reverência ao pioneiro, em 1997. 

Fontes Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná / Acervo Londrina Histórica.



Foram encontrado(s) 3 registros relacionados ao pioneiro Carlos Costa Branco
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