Novembro de 1958. A fotografia descreve um momento crucial da rua Sergipe, vista a partir da esquina com a rua Pernambuco. A cena é de preparação intensa: a via, até então marcada por chão batido e, posteriormente, por paralelepípedos, estava prestes a receber a tão esperada camada de asfalto. A imagem revela a rua tomada por um mar de pedras cuidadosamente espalhadas, em uma etapa essencial para garantir a firmeza da futura pista asfaltada.

Às margens do leito improvisado, o comércio mantinha a sua força. Pequenas lojas e estabelecimentos alinhavam-se, suas vitrines abertas para o movimento que, mesmo em meio às obras, não cessava. Crianças e adultos observavam curiosos a transformação, caminhando pelas calçadas recém-construídas que demarcavam o avanço da urbanização.

A rua Sergipe nunca perdeu sua relevância. Desde os primórdios, foi uma artéria vital do centro londrinense, conectando comércio, serviços e vida social. Antes marcada pelo pó vermelho característico da região norte-paranaense, depois pelo calçamento de pedras, a rua simbolizava a própria evolução da cidade. O asfaltamento de 1958 a colocou entre as primeiras vias centrais a receber este tipo de melhoria, fato que solidificou sua posição como eixo estruturante do comércio local.

Já naquele final de década de 1950, o volume de automóveis era considerável para uma cidade em expansão acelerada. O trânsito crescente exigia melhores condições de circulação, e a pavimentação veio como resposta à modernização de Londrina — reflexo do otimismo econômico impulsionado pela produção cafeeira. A foto, com sua luz dura e sombras definidas, retrata o nascimento de uma nova era para a rua Sergipe, um caminho que, desde então, jamais deixou de ser protagonista no cotidiano de Londrina.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Prefeitura do Município de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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