Londrina

Uma cena do centro antigo

1940



Na fotografia que carrega as marcas do tempo, Londrina revela um instante raro em que progresso e nostalgia dividiam o mesmo espaço. O cruzamento da rua Maranhão com a avenida Paraná, registrado possivelmente entre as décadas de 1940 e 1950, não era apenas um entroncamento de vias: era o coração comercial e social de uma cidade que se erguia sobre o solo fértil da terra roxa.

Em primeiro plano, o vaivém de automóveis antigos compõe uma sinfonia de motores que embalava o cotidiano de comerciantes, funcionários públicos e famílias que passeavam pelas calçadas largas. As fachadas dos prédios que dominam a esquina guardavam escritórios de advogados, consultórios médicos, pensões e lojas de tecidos, evidenciando o papel estratégico desse trecho para a economia local.

O detalhe que escapa a um olhar apressado está no fundo da imagem, à esquerda, onde desponta, ainda em construção, uma das torres da nova Igreja Matriz. Aquele campanário inacabado simbolizava a fé católica de milhares de pioneiros e também a confiança em um futuro próspero. A Matriz de Londrina, mais tarde Catedral Metropolitana, tornou-se marco identitário, visível de diversos pontos do centro urbano.

Curioso pensar que essa esquina, que hoje passa quase despercebida entre semáforos e fachadas modernas, já foi ponto de encontros, decisões políticas e até manifestações cívicas. A avenida Paraná, projetada como um dos principais eixos de circulação pela Companhia de Terras Norte do Paraná, ligava o núcleo urbano nascente ao fluxo comercial que chegava pela ferrovia e se dirigia aos armazéns.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Arquivo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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