A fotografia feita em 28 de setembro de 1947 registra o lançamento da pedra fundamental da Loja Maçônica Regeneração 3ª de Londrina. Homens perfilados em trajes formais, entre eles adultos e crianças, testemunham o gesto simbólico de iniciação de um espaço que representaria um ideal de fraternidade, filantropia e saber compartilhado. Ao fundo, o chão de terra e a ausência de construções vizinhas revelam uma Londrina em formação, onde tudo ainda estava por se construir.

Localizada na rua Alagoas, nº 760, em frente ao Cemitério São Pedro, a sede da Regeneração 3ª é um marco arquitetônico e simbólico da cidade. Filiada ao Grande Oriente do Paraná, a Loja tem origem modesta e determinada: nascida em 1944 no escritório do engenheiro Eduardo Garcia Dias, na rua Maranhão, nº 690, era resultado do encontro de maçons que buscavam, em pleno avanço da urbanização londrinense, um espaço para cultivar valores humanistas, estudos e ações sociais.

A narrativa fundadora mistura pragmatismo e idealismo. Garcia Dias, com experiência na capital e vinculações com a engenharia da cidade, reuniu um grupo de confrades que, semanalmente, se encontrava em torno de um mesmo propósito: estabelecer uma Loja neutra, conciliadora, distante das rivalidades entre a Grande Loja e o Grande Oriente do Brasil.

O terreno foi adquirido por meio de um gesto de confiança: a palavra empenhada ao amigo Arthur Thomas, então diretor da Companhia de Terras Norte do Paraná, garantiu a reserva da área onde hoje se ergue o templo. O nome "Regeneração" surgiu em clima de concórdia: por proposta de Evandro Machado, caberia ao irmão mais idoso, Newton Guimarães, escolher a denominação.

A imagem de 1947, portanto, é uma declaração de intenções, um manifesto de que construir, mais do que empilhar tijolos, é um ato coletivo de fé no futuro.

Fontes: Acervo Loja Maçônica Regeneração 3ª / Acervo Londrina Histórica.

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