Maringá

Planta da praça com o Bosque de Essências Nativas - Anos 1950

1940


Com escala de 1:200, a planta confeccionada em papel vegetal mostra a quadra nº 15 da Zona 1, de Maringá. Possivelmente, o documento date do início da década de 1950. 

Situada entre as avenida Brasil e Duque de Caxias, e as ruas Santos Dumont e General Câmara, atual Basílio Sautchuk, esta praça foi parcialmente ocupado pela estação rodoviária a partir de 1947, ano em que a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná iniciou a venda de lotes na região mais plana da cidade que ficaria imediatamente conhecida como "Maringá Novo". Foi por essa razão que este logradouro acabaria conhecido como praça da Rodoviária. Mas este espaço também seria ocupado para outro finalidade. 

Embora fosse destinado para uso público, assim como previsto no projeto urbano de Maringá, não havia legislação que regrasse sobre tal obrigatoriedade à iniciativa privada - o setor imobiliário tal como conhecemos atualmente passou a ser moldado a partir de diversos regramentos instituídos na década de 1970, por isso, mesmo após a instalação do Município, em algumas dessas quadras a colonizadora manteve a manutenção e o embelezamento. Este foi o caso dessa área. 

Sob orientações de diversos profissionais, a Companhia empreendeu um projeto paisagístico na então praça da Rodoviária. Ocupando boa parte do logradouro, às margens da rua Santos Dumont foram plantadas várias espécies que deram origem a um pequeno bosque de essências nativas, conforme aparece na planta. 

Começando a crescer, tornou-se uma paisagem interessante no meio urbano que também começava a ganhar forma. Mas este bosque não sobreviveria por muito tempo. 


Em 1959, a jovem cidade contava com dez anos do processo de arborização que foi liderado pelo engenheiro agrônomo e silvicultor Luiz Teixeira Mendes. O que não se imaginava era que o bosque das essências se tornaria palco de uma intensa divergência política. O prefeito atuante era Américo Dias Ferraz. Um mês depois das comemorações do Dia da Árvore, que Américo não compareceu, o chefe do Poder Executivo foi alvo de duras críticas em uma série de artigos assinados por Hermann Moraes Barros, então diretor da colonizadora.  

Como resposta às críticas, o prefeito mandou que, na calada da noite, funcionários públicos cortassem as árvores que cresciam na praça da Rodoviária. NO dia 27 de outubro de 1959, os maringaenses acordaram com as espécies no chão. Luiz Teixeira Mendes já era falecido quando o bosque foi aniquilado. Anníbal Bianchini da Rocha, engenheiro agrônomo que o sucedeu na função, comentou o caso na imprensa, imputando falta de valores e abuso de poder por parte do prefeito. 


Américo Dias Ferraz ensaiaria a construção de outra fonte luminosa no centro desta praça - antes ele havia inaugurado outras duas pela cidade, nas praças Raposo Tavares e Dom Pedro II. Mas não conseguiu concluir as obras. 

Na época a praça já havia sido nomeada Napoleão Moreira da Silva, em homenagem ao político local que falecera em um acidente aéreo. Em maio de 1962, a Companhia entregaria outra grande benfeitoria para este logradouro, quando financiou sua urbanização por meio de projeto elaborado por José Augusto Bellucci. 


Fontes: Acervo CMNP / Gerência de Patrimônio Histórico de Maringá / Acervo Maringá Histórica.

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