Londrina

Quando a febre amarela expôs Londrina

1930


Em meados da década de 1930, Londrina ainda era um projeto em construção — uma cidade desenhada nos mapas da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) e erguida à base de colonos, cafezais e promessas de prosperidade. Mas por trás da retórica do progresso, a precariedade da infraestrutura urbana e sanitária logo seria colocada à prova. Em 1936, um surto de febre amarela atingiu a cidade e desestabilizou o discurso da colonizadora. A resposta, no entanto, veio da decisão corajosa de um médico e da atuação internacional da Fundação Rockefeller.

O médico Osvaldo Dias, recém-chegado à cidade, contrariou a ordem silenciosa da CTNP e notificou oficialmente o Departamento Nacional de Saúde Pública sobre os casos suspeitos. A colonizadora temia que a notícia da epidemia prejudicasse o marketing de venda de lotes rurais para estrangeiros e brasileiros do Sudeste. Mas a denúncia de Dias trouxe a intervenção necessária. Em pouco tempo, técnicos da Fundação Rockefeller, que desde 1910 atuava em parceria com o governo brasileiro no combate à febre amarela, chegaram a Londrina.

A instituição, financiada pela filantropia estadunidense, vinha implantando em várias regiões do Brasil o chamado "modelo sanitário", baseado na erradicação do mosquito Aedes aegypti, saneamento básico e vigilância epidemiológica. Em Londrina, a chegada dos profissionais da Fundação representou uma mudança de paradigma: da improvisação no “hospitalzinho” para uma abordagem científica e preventiva da saúde pública.

Fontes: Fundação Rockefeller. Health and Civilization in Brazil. Rockefeller Archive Center, 1930–1950. / Acervo Londrina Histórica.

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