1950
Quem embarcava em Londrina rumo a Ourinhos entre as décadas de 1930 e 1970 sabia que o destino não chegaria em poucas horas. Mas também sabia que o caminho, feito a cerca de 40 km/h, era tão importante quanto a chegada. A linha da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná (SPP.) era uma linha de costura que conectava comunidades, sonhos, cargas e histórias.
Entre Londrina e Cornélio Procópio, por exemplo, havia sete paradas: Ibiporã, Jataí, Frei Timóteo, Serra Morena, Pirianito (atual Uraí), Congonhas e Catupiri. A cada 15 quilômetros, uma estação. Nelas, lenha se acumulava em pilhas às margens dos trilhos, destinada a abastecer os tenders das locomotivas movidas a vapor. Enquanto os trabalhadores da SPP cuidavam da manutenção da máquina, os passageiros ganhavam um intervalo bem-vindo: desciam para esticar as pernas, comer algo no restaurante da estação e, vez ou outra, tirar uma fotografia — um luxo para a época.
Essas paradas se tornaram, por si só, polos de desenvolvimento. Comércios nasciam ao redor das estações, pequenas comunidades cresciam, e a ferrovia assumia o papel de espinha dorsal da região. As locomotivas puxavam não só vagões de madeira e vagões-gaiola para animais, mas também o avanço de uma nova fronteira agrícola impulsionada pelo café.
Viajar era um evento. Os bancos de madeira, o cheiro da fuligem, o balanço compassado e o apito cortando o silêncio moldaram o imaginário de gerações. Cada parada era um reencontro ou um adeus, um carregamento de café ou a chegada de uma encomenda da capital.
Fontes: Blog Londrina Histórica / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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