Há datas que atravessam o tempo. E, 24 de setembro é uma dessas: um marco que celebra o centenário da fundação da Companhia de Terras Norte do Paraná. Nascia ali, em 1925, uma engrenagem que moveria mapas, histórias de vida, sonhos de futuro e cidades inteiras.

De um punhado de ingleses, veio o impulso: gente que via, do outro lado do Atlântico, potencial na terra vermelha e fértil do norte paranaense. Não era só café o que brotava por ali, mas uma nova civilização. Cada linha desenhada nos projetos, cada trilho posicionado, cada árvore caída para o avanço do urbano, fazia nascer Londrina, Arapongas, Apucarana, Maringá, Cianorte, Umuarama... cidades que hoje têm voz e coração, mas que um dia foram apenas pontos em um mapa colonial.

Mais do que a fundação de cidades, a Companhia implantou um modo de fazer: metódico, técnico, organizado. Da terra bruta à urbanidade em ascensão, havia rigor e planejamento — e também a visão de que progresso se constrói com tijolo, estrada, ferrovia, mas também com gente.

Em 1944, o ciclo muda de mãos. Sai o capital estrangeiro, entram os empresários brasileiros. A empresa renasce com novo nome: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Mas o verbo permanecer é o mesmo. Melhorar — sempre. O que antes era solo de pioneiros agora é herança coletiva. E a companhia, mais do que empresa, é instituição. Da fundação ao desenvolvimento, da terra ao asfalto.

Celebrar esse centenário é tanto olhar para trás com nostalgia quanto reconhecer que cada avenida, cada praça e cada janela aberta em Londrina e região carrega a marca de uma ideia ousada: transformar espaço em pertencimento, geografia em lar.

Fontes: Companhia Melhoramentos Norte do Paraná / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Cinemateca Brasileira / Acervo Maringá Histórica / Acervo Londrina Histórica.

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