1964

A aproximadamente 30 quilômetros do centro de Londrina, entre curvas suaves e plantações que se estendem até o horizonte, está o distrito de Paiquerê, uma localidade que carrega no próprio nome um convite à contemplação. De origem indígena, "Paiquerê" significa algo como "campo elevado" ou "o que vem de cima". Não por acaso, para os antigos habitantes da região, era sinônimo de paraíso.
Fundado oficialmente como distrito em 21 de dezembro de 1964, por meio do decreto-lei nº 4.992, Paiquerê já era, no entanto, um ponto de encontro antes disso. Em 1943, diante da necessidade de acesso a gêneros básicos de abastecimento, os senhores Rui Camargo e José Ramos doaram terras para loteamento e formação de um pequeno núcleo urbano. Nascia ali a semente do que viria a ser, décadas mais tarde, um território marcado tanto pela tradição agrícola quanto pelas histórias de resistência e comunidade.
Inicialmente, a economia de Paiquerê tinha sua base na atividade agropecuária de pequeno porte. A partir de meados dos anos 1940, o café encontrou solo generoso em Paiquerê. A cultura se expandiu, marcando a paisagem com fileiras de pés verdes e promissoras. Com a geada negra da década de 1970, os pés foram substituídos pelas plantações de rami, planta usada pela indústria para a fabricação de tecidos, e, posteriormente, pelo algodão. Anos mais tarde, as pequenas propriedades foram desaparecendo, se transformaram em grandes propriedades e passaram a plantar soja e milho.
Com cerca de 2.400 habitantes, entre zona urbana e rural, Paiquerê é o terceiro distrito mais populoso de Londrina. A elevação populacional é consequência da construção de aproximadamente 150 casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida. São três mercados, duas escolas, um posto de saúde, uma farmácia e um posto de combustível que dão conta das necessidades locais, sem jamais apagar a memória de um tempo em que o progresso ainda se media pela força do braço e pela fartura da terra.
Paiquerê continua sendo, para muitos, um lugar onde o céu se abaixa para tocar o chão vermelho.
Fontes: Prefeitura do Município de Londrina / Blog Londrina / Foto: Alexandre Peterson / IBGE (Censo 2000) / Acervo Londrina Histórica.
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