Se até a virada do milênio 1991 foi o ano recorde da construção civil londrinense com 231 edifícios, 1982 merece destaque especial como o ano que marcou a explosão definitiva da verticalização na cidade. Com 100 edifícios construídos, foi o momento em que Londrina provou que havia se tornado uma metrópole regional capaz de sustentar um ritmo de crescimento vertical comparável às grandes capitais brasileiras.

O ano de 1982 coincidiu com o auge do Plano Cruzado e suas consequências econômicas. A inflação galopante criava um cenário peculiar: investir em imóveis era a forma mais segura de preservar patrimônio, e a construção civil se beneficiava diretamente dessa corrida aos bens materiais. Era possível comprar materiais pela manhã e vendê-los à tarde por valores substancialmente superiores.

Construtoras como a Plano's, que sozinha ergueu 12 edifícios em 1982, trabalhavam em ritmo frenético para atender a demanda explosiva. A Khouri, Plaenge, Artenge e outras empresas também intensificaram suas atividades, aproveitando um momento único da economia brasileira em que o dinheiro circulava abundantemente.

Os 100 edifícios de 1982 representaram simbolizaram a consolidação de Londrina como centro urbano contemporâneo e dinâmico. A cidade que havia nascido da colonização rural transformava-se definitivamente numa metrópole vertical, capaz de atrair investimentos e população de toda a região Norte do Paraná.

Fontes: Dissertação de Viviane Rodrigues de Lima Passos. A verticalização de Londrina: 1970/2000 – a ação dos promotores imobiliários (UEL, 2007); entrevistas com Manoel Alho da Silva. / Acervo Londrina Histórica.

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