O clique proporciona uma viagem no tempo: do alto, uma Londrina que ainda ensaiava seus passos rumo à verticalização. A imagem, provavelmente captada nos anos 1960, mostra a alameda Manoel Ribas e o seu entorno, com a Catedral Metropolitana ao fundo, firme e simbólica, como uma âncora espiritual e visual da urbanidade que se expandia ao seu redor.

A Catedral, com suas torres gêmeas em estilo neogótico, já havia sido concluída. Sua obra monumental foi finalizada entre o final dos anos 1940 e o início da década seguinte. Em sua volta, a arborização densa sugere um centro que respirava entre o concreto. Ao fundo, erguiam-se os primeiros prédios que marcariam o início da transformação urbana acelerada: o auge da cultura cafeeira, os investidores, os sonhos de uma metrópole do interior.

A alameda é atravessada por carros de época e margeada por construções baixas, de arquitetura art déco tardia ou eclética funcional, traços típicos da expansão urbana entre os anos 1940 e 50. Na parte inferior direita, vemos o prédio da Casas Fuganti, um dos mais importantes comércios da história de Londrina. À esquerda, é possível notar as marquises do Centro de Saúde, da antiga sede do Grêmio Literário e Recreativo Londrinense e do antigo Fórum (hoje, Biblioteca Pública Municipal Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza), sinalizando uma cidade que já centralizava os principais serviços públicos de toda a região Norte do Paraná.

A foto revela também um ideal em movimento. Londrina ainda era jovem, tinha cerca de 30 anos e parecia determinada a crescer mirando o céu, como seus edifícios ainda tímidos, mas ambiciosos.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Blog Londrina Histórica / Acervo Londrina Histórica.

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