1934

A imagem, registrada em 1934 por Carlos Stenders, ganha agora uma versão colorizada com o uso de inteligência artificial e revela uma Londrina ainda em seus primeiros instantes. À direita, no mesmo ponto onde hoje se ergue a Catedral Metropolitana, entra no enquadramento a lateral da antiga igreja matriz, construída em madeira e coberta por telhas cerâmicas. Ao lado, uma cruz isolada se impõe, como se marcasse um centro simbólico antes mesmo de existir um centro urbano consolidado. Ao fundo, a cidade ainda é baixa: casas alinhadas, postes ralos e, depois delas, a parede contínua da mata.
Um pouco à frente, também à direita, aparece a área associada à quadra de tênis dos ingleses, referência de sociabilidade e distinção numa cidade que nascia com vocação agrícola e ritmo de fronteira. Esse espaço, mais tarde, seria ocupado pela Biblioteca Pública Municipal Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza.
No centro-direita, destaca-se o “Hospitalzinho” da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), visto como embrião de atendimento e organização sanitária num assentamento que crescia depressa. O prédio, identificado como antecedente do atual Centro de Saúde, funciona na foto como prova de uma ideia importante: antes de grandes obras, havia equipamentos mínimos para sustentar o cotidiano: cura, parto, febre, acidente de trabalho, rotina.
A mesma lógica aparece nas linhas do chão. No centro, já se desenha o eixo que viria a ser a alameda Manoel Ribas. Mais ao fundo, entre as árvores, nota-se uma via aberta na mata: a antiga “estrada dos pioneiros”, depois nomeada avenida Celso Garcia Cid. O que hoje são avenidas com fluxo e comércio surge aqui como traçado: uma promessa de ligação.
Em 1934, Londrina já podia ser município; na imagem, porém, ela ainda parece rascunho e é justamente esse rascunho que ajuda a entender como o território foi virando endereço.
Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Facebook “Londrina e Norte do PR : Memórias e Fotos Atuais” / Acervo Londrina Histórica.
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