Era por volta das 10 horas da manhã quando o clique eternizou a cena: um grupo elegante de pessoas posa diante do Fórum de Londrina, marcando, sem saber, uma crônica silenciosa dos anos 1960. As longas sombras projetadas pela luz indicam o sol do leste avançando, enquanto o edifício do Fórum, à direita, impõe sua arquitetura austera, símbolo de uma cidade que crescia com instituições cada vez mais sólidas.

À esquerda, ao fundo, o emblemático edifício América se ergue no horizonte, com seu “relojão” visível. Alto, moderno, ele cortava o céu da cidade e simbolizava o arrojo de uma Londrina em transição entre sua vocação agrícola e o dinamismo urbano.

No primeiro plano, um automóvel estacionado, reforça o charme da cena. Com seu design arredondado, o carro era símbolo de elegância europeia em tempos de otimismo econômico e industrialização no Brasil. Ao fundo, outros veículos robustos indicam que o transporte individual já ganhava força nas ruas da cidade.

Os trajes e penteados do grupo revelam os códigos sociais da década: ternos ajustados, vestidos de cortes retos, cabelos perfeitamente moldados. Era um tempo em que vestir-se bem para ir ao centro era parte do ritual urbano. A presença feminina, embora em menor número, destaca a crescente participação da mulher na vida pública, acompanhando transformações que o Brasil vivia àquela altura.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Foto: acervo José Marcos Loureiro / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações:

Londrina

O caminhão da Esso e os caminhos de Londrina em 1945